sábado, 26 de junho de 2010

Garbage Hell

O final dos anos 80 sempre foi uma aventura, mas naquele dia não parecia muito legal para Billy Trash. Assim o chamavam desde que entrou no mundo do Rock and Roll. Tudo estava embaçado e o que Billy tocava parecia excitante. Na mesinha de centro algumas seringas e cocaína. Pelo chão sujo algumas garrafas de cerveja.
O carecão punk já não sentia-se tão ameaçador usando sua jaqueta preta e sua calça jeans com os joelhos rasgados. Em cinco minutos subiria ao palco para infernizar tocando na bateria de sua banda, Garbage Wally, mas seu ultimo show completo seria o da semana passada. Não havia heroína capaz de salvá-lo.
Muitas mulheres nuas e bodadas, garrafas, pó e baseados. Muito rock and roll, sim, muito rock and roll! Sex Pistols era religião. Billy teve uma vida cheia e uma puta de uma bad trip no camarim àquele instante. Tinha 27, nada incomum. Ouviu um barulho ao longe. Era Scott, guitarrista e vocalista da banda para pegá-lo e então arrancá-lo dali para em fim subir no palco.
Mesmo em seu estado nada normal, Billy foi e ainda conseguiu tocar até a metade da segunda música. Caiu por cima de sua bateria. Parecia morto, mas não era isso. Era o inferno chamando Billy Trash para finalmente se tornar o Billy Hell. Já era hora, ele tinha 27!
Nascia, então, Billy Hell, que logo chegou ao inferno. Lá ele conheceria o verdadeiro rock n roll. Encontrou Morrison, Joplin, Hendrix, Jones e juntos fizeram do inferno o Garbage Hell, a maior e melhor casa de rock da cena underground de todo o submundo!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Book Blues

Era segunda-feira. Madeline não sabia onde estava, mas se sentia bem. O local era fechado. Uma sala grande e fechada. Havia livros, um sofá e o clima estava frio. Também havia um calendário. Tudo parecia bem ao gosto de Madeline. Após analisar o local, aproximou-se da estante a qual estavam os livros. Eram todos livros de filosofia, história, música e de estudos psicológicos. Amando o lugar, Madeline devorou os livros de tanto ler.
Enquanto lia, teve um breve momento de epifania e novamente analisou bem os quatro cantos da sala. Dessa vez com mais calma. Achou um violão entre duas estantes e uma gaita perto do sofá. Tudo parecia perfeito! Livros, música, sofá... Madeline queria ficar alí para sempre. Via aquilo como um refúgio do mundo, que muitas, mas muitas vezes era injusto com ela.
Ao ver os instrumentos, Madeline correu e começou a tocar gaita como nunca. O silencio da sala realçava a música e o som saia limpo e puro. No meio da música, a garota viu que tinha algo estranho na parede verde da sala. Parecia ser algo mecânico, uma câmera, talvez. Dirigiu-se até o local, empilhou os livros no chão e subiu desajeitadamente nestes. Olhou bem e, sim, era uma câmera. Olhando mais detalhadamente, Madeline viu que tinha algo escrito na câmera. Olhou fixamente a pequena escritura que dizia: Clínica Psiquiátrica Book Blues.